Doença Arterial Coronariana
- Tony Rocha de Carvalho
- 27 de abr. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de mai.

Doença Arterial Coronariana: O que você precisa saber sobre essa grave condição
A doença arterial coronariana (DAC) resulta da obstrução das artérias coronárias, os vasos sanguíneos responsáveis por irrigar o músculo cardíaco com sangue rico em oxigênio. Esta condição representa uma das principais causas de mortalidade no mundo e merece atenção especial. Confira as principais informações sobre esta doença cardíaca.
O que é doença arterial coronariana?
A doença arterial coronariana é caracterizada pelo estreitamento ou bloqueio das artérias coronárias devido ao acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias (aterosclerose). Quando o fluxo sanguíneo para o coração é reduzido, ocorre a isquemia miocárdica – insuficiente circulação de sangue no músculo cardíaco – que pode evoluir para infarto agudo do miocárdio se não tratada adequadamente.
Quais são os sintomas da doença arterial coronariana?
O principal sintoma da DAC é a angina pectoris, que se manifesta como:
Dor ou desconforto no peito descrito como aperto, pressão, peso ou queimação
Localização geralmente na região central do tórax (subesternal)
Pode irradiar para ombros, braços (principalmente o esquerdo), pescoço, mandíbula, dentes e região entre as escápulas
Frequentemente desencadeada por esforço físico, estresse emocional ou após refeições pesadas
Aliviada com repouso ou uso de nitroglicerina
Outros sintomas que podem estar associados:
Falta de ar (dispneia)
Fadiga incomum
Náuseas
Sudorese fria
Tontura
Atenção: Sintomas atípicos são mais comuns em mulheres, idosos e diabéticos, podendo se manifestar apenas como falta de ar, fadiga extrema ou desconforto no abdômen superior.
O aparecimento súbito desses sintomas, especialmente se intensos ou acompanhados de sudorese fria, náuseas e falta de ar, pode indicar um infarto agudo do miocárdio e requer atendimento médico de emergência imediato.
Como diagnosticar a doença coronariana?
O diagnóstico da DAC começa com uma avaliação clínica completa pelo cardiologista, que analisará:
História clínica e exame físico - avaliação de sintomas e fatores de risco
Eletrocardiograma (ECG) - pode mostrar alterações sugestivas de isquemia
Exames complementares não invasivos:
Teste ergométrico (teste de esforço) - avalia a função cardíaca durante exercício
Ecocardiograma de estresse - examina a função cardíaca em repouso e sob estresse
Cintilografia miocárdica - avalia a perfusão do músculo cardíaco
Angiotomografia coronariana - visualiza as artérias coronárias com alta precisão
Ressonância magnética cardíaca - fornece imagens detalhadas do coração
Exame invasivo:
Cateterismo cardíaco (coronariografia) - considerado o padrão-ouro para diagnóstico definitivo, permite visualizar diretamente as obstruções nas artérias coronárias
Fatores de risco para doença arterial coronariana
Os fatores de risco para DAC são divididos em modificáveis e não modificáveis:
Fatores não modificáveis:
Idade avançada (risco aumenta significativamente após 45 anos para homens e 55 anos para mulheres)
Sexo masculino (homens têm maior risco, embora após a menopausa o risco em mulheres aumente)
História familiar de doença coronariana precoce (parentes de primeiro grau com DAC antes dos 55 anos em homens ou 65 anos em mulheres)
Genética
Fatores modificáveis:
Tabagismo - um dos principais fatores de risco evitáveis
Hipertensão arterial - aumenta o estresse nas paredes arteriais
Dislipidemia - níveis elevados de LDL ("colesterol ruim") e baixos de HDL ("colesterol bom")
Diabetes mellitus - acelera o processo de aterosclerose
Obesidade - especialmente gordura abdominal
Sedentarismo - falta de atividade física regular
Estresse crônico - pode contribuir para inflamação vascular
Dieta inadequada - rica em gorduras saturadas, trans e carboidratos refinados
Síndrome metabólica - conjunto de condições que aumentam o risco cardiovascular
Tratamentos para doença arterial coronariana
O tratamento da DAC envolve uma abordagem multifacetada:
Mudanças no estilo de vida:
Adoção de dieta mediterrânea ou DASH
Prática regular de atividade física
Cessação do tabagismo
Controle do estresse
Manutenção de peso saudável
Tratamento medicamentoso:
Antiagregantes plaquetários (aspirina, clopidogrel)
Estatinas para redução do colesterol
Betabloqueadores
Inibidores da ECA ou BRAs
Nitratos para alívio da angina
Bloqueadores dos canais de cálcio
Procedimentos invasivos:
Angioplastia coronária - procedimento minimamente invasivo que utiliza um cateter com balão para abrir a artéria obstruída e implantar um stent (pequena malha metálica) para manter o vaso aberto
Stents convencionais
Stents farmacológicos (revestidos com medicamentos)
Stents bioabsorvíveis (mais recentes)
Cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM):
Indicada principalmente para obstruções múltiplas ou complexas
Utiliza enxertos (pontes) para criar rotas alternativas de fluxo sanguíneo
Tipos de enxertos:
Artéria mamária interna (também chamada de torácica interna) - enxerto de escolha com maior durabilidade
Veia safena (da perna)
Artéria radial (do antebraço)
Artéria gastroepiplóica (do estômago, menos comum)
Técnicas cirúrgicas:
Cirurgia convencional - com esternotomia (abertura do osso do peito)
Cirurgia minimamente invasiva (MICS) - com pequenas incisões
Cirurgia robótica - utilizando tecnologia robótica para maior precisão
Cirurgia sem circulação extracorpórea (off-pump) - realizada com o coração batendo
A escolha entre angioplastia e cirurgia depende de vários fatores, incluindo:
Número e localização das obstruções
Função do ventrículo esquerdo
Presença de comorbidades (como diabetes)
Anatomia coronariana
Preferência do paciente
Prevenção da doença arterial coronariana
A prevenção primária da DAC envolve:
Controle rigoroso dos fatores de risco modificáveis
Check-up cardiológico regular, especialmente após os 40 anos
Exames preventivos para detecção precoce
Escore de cálcio coronário para avaliação de risco em pacientes assintomáticos
Adesão às recomendações médicas e medicamentos preventivos quando indicados
Avanços recentes no tratamento da DAC
Novos medicamentos hipolipemiantes (inibidores de PCSK9)
Terapias anti-inflamatórias direcionadas
Técnicas de imagem avançadas para diagnóstico precoce
Stents de última geração com menor taxa de reestenose
Reabilitação cardíaca como parte integral do tratamento
Medicina de precisão baseada no perfil genético individual
Tratamento medicamentoso da Obesidade
Lembre-se: o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença arterial coronariana são fundamentais para prevenir complicações graves como infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e morte súbita cardíaca.
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